(Votação reuniu criadores da sede da Associação em Pelotas)
A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), reuniu seus associados para Assembleia Geral Extraordinária, na manhã de segunda-feira 24 de junho, na qual foram votadas propostas de alteração ao regulamento de Registro Genealógico. As mudanças foram sugeridas pela superintendência e pelo Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da entidade de forma a adequar o seu regulamento ao documento unificado da Federação Internacional (FICCC).
A
Assembleia, realizada na sede da ABCCC em Pelotas, teve início às 9h,
em segunda chamada, com 65 presenças que no total representaram 112
votantes. A mesa central foi composta pelo presidente da ABCCC, Mauro
Ferreira, o vice-presidente Técnico, Mário Suñe, a primeira secretária,
Elisabeth Lemos, e mais dois membros convidados: o ex-presidente da
entidade, João Manoel Costa e o integrante do Conselho de Planejamento,
Frederico Wolf.
Na
abertura do evento o presidente saudou os presentes e afirmou que a
ABCCC tem motivos para se orgulhar do seu regulamento, já que este
norteou a reformulação dos documentos na Argentina e Uruguai, os quais
deverão adotar o regulamento brasileiro praticamente na íntegra. Também
salientou que as propostas colocadas em debate já foram levadas ao
conhecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa) e receberam parecer favorável.
O
órgão do governo, inclusive, deverá receber nos próximos dias as
decisões da Assembleia junto ao aval do CDT, para dar procedimento à
homologação. De acordo com o superintendente do Registro Genealógico da
ABCCC, Rodrigo Teixeira, a ideia é que já na Expointer – quando deverá
ocorrer uma nova reunião entre os representantes dos países da FICCC, o
regulamento já esteja aprovado.
O que foi votado
As
alterações, algumas bastante simples e que na realidade ajustam o
regulamento à proposta internacional e às novas tecnologias utilizadas
na raça, foram em sua grande maioria aprovadas sem ressalvas.
Entretanto, no item que se refere à revisão dos garanhões de cujo sêmen
seja importado, ficou acordado que a ABCCC irá promover uma gira técnica
na Argentina e Uruguai a fim de coletar amostras para o exame de DNA de
reprodutores de interesse dos criadores brasileiros.
Algumas
das mudanças aprovadas, entre outras, se referem à: a atuação em
conjunto do superintendente substituto do SRG, o uso por esse de
assinatura digital, a definição de sufixo ou prefixo, a não aceitação de
produtos oriundos de clonagem, a opção do comunicado de morte ser feito
através dos técnicos e a expedição de documento de produto importado
para animais nacionalizados. Leia aqui a íntegra do documento com as alterações em vermelho.
Outra
alteração votada na ocasião, gerada pela atual condição do regulamento
da associação argentina que autoriza o uso de sêmen de garanhões mortos,
precisou ser colocada em debate. Como os argentinos deixaram fora de
cogitação tirar essa prerrogativa do seu registro, restou à brasileiros e
uruguaios a opção de adaptarem-se à nova regra.
O
tema gerou o debate mais intenso da manhã, com a exposição de
diferentes posicionamentos por parte dos criadores presentes. Na
decisão, mais uma vez, a Assembleia manteve a sua tradição de legislar
para a frente e deliberou o seguinte: Após a morte de um garanhão, serão
dele aceitas até 120 padreações (ou 150 para animais com Registro de
Mérito, dependendo da sua situação no momento da morte), sem limite de
tempo.
Como
a proposta original sugeria o número máximo de 100 padreações, o tópico
– com os números estabelecidos pela Assembleia - volta para a avaliação
do CDT. Se reprovado, ficam valendo as 100 padreações como teto. A
decisão está em vigor a partir da data da Assembleia em diante e não é
retroativa, ou seja, vale somente para os reprodutores mortos a partir
de agora.
O
presidente da ABCCC fez uma avaliação positiva da Assembleia e comentou
o encontro. “Acredito que a raça cresce com esses debates. A votação
foi tranquila com os criadores expondo o seu ponto de vista”, diz
Ferreira. “Tenho certeza que o CDT vai ser sensível ao que ficou
pendente e vamos unificar o regulamento com os países vizinhos,
materializando a razão de ser da FICCC”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário