Setor havia encolhido nos últimos anos, com redução de produtividade e área plantada
(Cenário atual é de bons lucros para os produtores da erva-mate)
Ilópolis, no interior do Rio Grande do Sul é considerada a capital nacional da erva-mate. Na cidade de 2 mil habitantes, até os canteiros que dividem o asfalto são preenchidos com mudas da espécie. Um quinto da erva-mate produzida no Estado gaúcho sai do município. No entanto, a produtividade nos últimos anos caiu, pois o preço pago ao produtor estava muito baixo. E a área plantada também declinou, em 30%.
– Existia um excesso de oferta, à qual o consumo não correspondia. O preço então se manteve baixo – afirma o empresário Valcir Montagner.
Mas, com poucos produtores continuando na cultura da erva-mate, o mercado sofreu uma reviravolta. Com a escassez da matéria prima, a indústria passou a pagar mais pelo produto. Há sete meses, os produtores estão recebendo 150% a mais pela erva-mate produzida.
– Hoje estamos ganhando em torno de R$ 17 a arroba. É a primeira vez que conseguimos uma boa renda com a erva-mate – afirma o produtor rural Cleber Gabiatt, que diz ter persistido na atividade em épocas difíceis porque a região não oferecia muitas alternativas de plantio.
Em contrapartida, a conta ficou mais cara para a indústria. O proprietário de uma das 13 empresas de beneficiamento da erva-mate da região diz que não está conseguindo repassar os custos ao varejo.
– Um quilo da erva chegaria ao consumidor a R$ 15 ou R$ 18, e isso não é possível. Neste momento, nós precisamos buscar todas as alternativas possíveis para que se tenha um equilíbrio – Valcir Montagner.
O Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate) defende a desoneração, além de reivindicar a inclusão do produto na cesta básica.
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