Rio Paraguai registra menor nível dos últimos 40 anos

Período chuvoso da Bacia Pantaneira, com acumulados mensais de mais de 100 milímetros, vai de novembro a abril

(Rio Paraguai baixa cerca de dois centímetros por dia)
 
A umidade da Amazônia começa a se organizar e as áreas de instabilidade já provocaram as primeiras chuvas do segundo semestre de 2013 em algumas cidades do Centro-Oeste. As precipitações registradas na última madrugada trouxeram acumulados significativos para a época. O município de Coxim, em Mato Grosso do Sul, registrou um volume de 62 milímetros nas últimas 24 horas, maior chuva do ano na região. O volume mais alto até então era de 61 milímetros em fevereiro.

Uma das áreas do Centro-Oeste mais afetadas pela estiagem é a Bacia Pantaneira. O Rio Paraguai está com o menor nível dos últimos 40 anos e, por dia, ele baixa cerca de dois centímetros. O meteorologista da Somar, Celso Oliveira, alerta que não é a falta de chuvas em agosto que colocou o rio nessa situação crítica.

– O período chuvoso do Pantanal vai de novembro a abril e as chuvas, abaixo da média nesse período nos últimos dois anos, resultaram nesse problema – afirma Oliveira.

O considerado normal é que chova entre 750 milímetros e mil milímetros de novembro a abril em todo o Pantanal mato-grossense e sul mato-grossense. Entre 2012 e 2013, no entanto, o volume de chuva nessa área ficou entre 500 milímetros e 750 milímetros. O agravante é que nos mesmos meses, entre 2011 e 2012, as chuvas também ficam abaixo da média em toda a extensão do Rio Paraguai.

– A última vez que as precipitações ficaram acima do normal para a região foi na época chuvosa entre 2010 e 2011 – explica Celso Oliveira.

Ainda é cedo para afirmar como serão as chuvas na Bacia Pantaneira, já que o período chuvoso só começa em novembro. As simulações atuais, porém, não são animadoras para a região.

– As chuvas deverão ficar mais ao norte do Pantanal e esse provavelmente será mais um ano de precipitações abaixo da média nessa área – afirma o meteorologista.

Desde 2005, os rios brasileiros vivem períodos de grande oscilação. Agora, o Rio Paraguai está com o menor nível dos últimos 40 anos, enquanto há dois anos passava pela maior cheia em 20 anos. Em 2011, o rio atingiu 6,82 metros e causou inundações nas cidades ribeirinhas. Algo muito parecido aconteceu no Rio Negro, no Amazonas, que em 2012 registrou o maior nível da história das medições, com 29,78 metros, depois que em 2010 passou pelo menor nível já observado, com 13,63 metros. 

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